Entrevista: Asa Branca e Raul Marques

outubro 30, 2019


Asa Branca ocupou o posto de locutor número 1 das arenas durante duas décadas. Com voz potente, microfone e raciocínio ágil, animava uma plateia de 30 mil pessoas.
Ele viveu uma vida de altos e baixos. Foi dono de avião, helicóptero, duas mil cabeças de gado e carros luxuosos. Em razão dos excessos, perdeu todo o patrimônio.
Agora, a vida de Asa Branca foi reunida em um livro, escrito pelo autor Raul Marques e publicado pela Editora Letramento. A biografia conta a história do locutor sem qualquer censura, defesa ou julgamento.
Em entrevista exclusiva para o Blog da Letramento, Raul Marques e Asa Branca contaram um pouco do processo de construção do livro e dos bastidores da vida do ex-locutor mais famoso do Brasil. Confira!

Como aconteceu o contato entre vocês?
Raul Marques - Como repórter, conhecia histórias curiosas do Asa Branca. Sempre considerei o personagem interessante do ponto de vista jornalístico, em razão de sua trajetória nada convencional. Durante uma conversa, um amigo confidenciou que gostaria de ler a biografia do locutor. Prontamente, acendeu em mim uma luz. Nas semanas seguintes, elaborei um dossiê sobre ele. A segunda etapa foi procurar o Asa Branca e sua esposa, a Sandra. Em uma reunião em São Paulo, contei a intenção de produzir o livro. O casal gostou da ideia e se ofereceu para ajudar no que fosse preciso.

Como foi reviver sua trajetória nas páginas de uma biografia?
Asa Branca – Olhar para o passado foi uma experiência gratificante. Com muito trabalho, vejo que consegui me superar, vencer na vida e construir no rodeio uma história bonita, que influencia diversos profissionais. Tive erros e acertos ao longo de minha trajetória, não tem como pensar diferente. Mas vivi sempre com intensidade e honestidade. Fiz muitos amigos, ganhei dinheiro e deixei a minha marca registrada para sempre. Espero que o público goste da biografia.

Escrever a biografia foi um trabalho conjunto? Como foi a dinâmica entre vocês e qual foi a influência do Asa Branca ao longo do processo de escrita do livro?
Raul Marques - O Asa Branca não exigiu nada e me deixou à vontade para trabalhar durante os dois anos de produção. Tive total liberdade para fazer mais de 50 entrevistas, com fontes no Brasil e nos Estados Unidos, e redigir o texto, sem qualquer influência ou censura. Entrevistei o Asa Branca no consultório odontológico, no hospital, na calçada, na praça de alimentação de shopping, sem contar as dezenas de horas que passamos no telefone e nos aplicativos. Ele sempre foi franco em suas declarações. Nunca se negou a responder a um questionamento, mesmo que fosse desconfortável.   

Como você vê o mundo dos rodeios hoje em comparação ao que já foi?
Asa Branca – Nos Estados Unidos, o rodeio está valorizado. Já no Brasil há um bom campo para ser explorado na atualidade. Em comparação com o passado, a estrutura e o trato com os animais melhoraram bastante. O rodeio é alegria, é festa popular, é multidão, é cultura rural, é retrato de um Brasil importante e grande. 

O que mais marcou na história do Asa Branca?
Raul Marques - A biografia tem três eixos principais: descoberta do talento na locução, ascensão, fama e queda; inovações no rodeio; e superação de graves doenças e problemas de saúde. O que mais me chama a atenção é a capacidade que o Asa Branca tem de se levantar, mesmo nos piores cenários, e de produzir momentos extraordinários. O leitor vai conhecer, de forma aprofundada, momentos chaves na trajetória do locutor, como a chegada de helicóptero em uma arena lotada, a oportunidade em que ele colocou o então candidato à presidente da República Fernando Henrique Cardoso dentro da Festa de Barretos, a revolução que fez no rodeio, as diversas vezes que venceu a morte e os mais de 100 dias de internação. Mas vai conhecer também um homem generoso, que dava dinheiro, comida e até roupas para os profissionais mais humildes.

Existe algum arrependimento? E qual seria seu maior orgulho?
Asa Branca – Eu me arrependo de ter permitido que as drogas entrassem em minha vida, em momento de sucesso. Não tive estrutura para segurar a onda de um menino, que saiu de uma cidadezinha do interior, diretamente para São Paulo, Rio de Janeiro e as festas mais badaladas do Brasil. A droga me prejudicou e fez com que eu demorasse para construir uma vida em família. Vou sentir muito orgulho se o livro chegar a muitos leitores e mostrar quem é o verdadeiro Asa Branca.

Foi difícil escrever a biografia de uma personalidade tão conhecida pelos brasileiros?
Raul Marques – Sim, foi um grande desafio desde o primeiro dia. Afinal, é um personagem que vive de forma intensa e por onde passa deixa uma marca muito forte. A maior dificuldade foi construir um texto que contemplasse todas as faces que o Asa Branca tem, sem preconceito ou julgamento. O livro foi construído a partir de depoimentos de amigos, parentes, colegas, desafetos e pessoas que tiveram algum contato relevante. O perfil tem olhares distintos, sempre com o compromisso de ser o mais fiel possível à verdade.

Você é considerado um dos melhores locutores na história do rodeio brasileiro e um nome conhecido pelo público. Além da celebridade, qual lado você gostaria que os leitores conhecessem ao lerem Asa Branca: a biografia?
Asa Branca – Eu não sou melhor nem pior que ninguém. Simplesmente criei um estilo de narração, de atuação no rodeio, que acabou imitado por todos e virou referência. Isso me orgulha bastante. Gostaria que as pessoas conhecessem um lado meu, que é do coração. Fiz o que estava ao meu alcance para ajudar o próximo, que às vezes eu nem conhecia. Os leitores podem esperar histórias que vão gerar diversos sentimentos. Com a leitura, vão conhecer a minha realidade e a verdade. Acredito que muita gente, inclusive a minha família, vai se emocionar bastante. 

Dentre tantas memórias e momentos vividos, como foi selecionar as histórias que iriam entrar para o livro? 
Raul Marques - O essencial da trajetória do Asa Branca está na biografia, que reconstrói seu caminho desde a infância até a atualidade. Mais de 50 pessoas foram entrevistadas, entre as quais o cantor Sérgio Reis, o ex-jogador de futebol Luizão, a apresentadora Sônia Abrão, o locutor Marco Brasil, o ex-árbitro Oscar Roberto Godoy e a dançarina Rita Cadillac. Ele não escondeu nada. Na realidade, foi além ao contar histórias praticamente desconhecidas, como sua aventura no garimpo, como surgiu seu apelido, a descoberta do talento, a curta carreira como jogador de futebol, o tempo que vendeu cachorro quente e quando quase morreu ao ser pisoteado por um boi.

Existe algo que você gostaria de dizer para as pessoas que lerão sua biografia?
Asa Branca - Quero agradecer a todas as pessoas que fazem ou fizeram parte de minha vida. Desejo que Jesus e Nossa Senhora protejam a todos.

O livro Asa Branca: A Biografia já está disponível na pré-venda e você pode garantir seu exemplar aqui

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8 comentários

  1. Grande capitão Asa Branca jamais será esquecido...

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  2. Sandra sou a Rosa Fontanetti, Araçatubensse que ainda tem a esperança de conhecer o capitão pessoalmente

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  3. Ana Cristina mais conhecida como Bruta por todos os amigos do rodeio . inclusive pelo próprio Asa Branca e vc Sandra . Asa Branca é um escolhido por Deus . Ter essa honrra é sofrer calúnias e ser aplaudido . Mais sempre saiba c veio ao mundo foi permissão do criador somente a ele devemos nos curvar . Deus é contigo meu grande amigo irmão 😘

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  4. Sandra vc é uma guerreira por está ao lado do Asa Branca nos momentos mais difíceis de sua vida . Admiro muito mulher de fibra força de fé e muita coragem .Deus abençoe vcs grandemente

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  5. Oi Sandra , oi Asa Branca falar oque de vcs ? Tenho só boas lembranças carinho e respeito por vcs , obrigado por ser nosso amigos .

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  6. ...de uma coisa eu se. Tudo que se planta...se colhe. Dinheiro meu bom e caro " locutor " acabam...

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  7. Gostaria de saber onde foi parar todo o dinheiro que você gastou...ajudou alguém ???

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  8. Você não é o único com essa doença...ajude mais e peça menos. Ok nobre ???

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