Biografia de Asa Branca, sem censura, narra história de vida de altos e baixos

fevereiro 12, 2020

        

       Antes de falecer, Asa Branca compartilhou de sua história de vida com o jornalista Rual Marques. Raul escreveu a biografia do ex-locutor que refaz a sua história sem qualquer censura, defesa ou julgamento. Até porque, com Asa Branca, não existe meio-termo: sua figura nunca passa incólume.
            A biografia, que foi construída com base em três eixos principais como descoberta do talento na locução, ascensão, fama e queda; inovações no rodeio; e superação de graves doenças e problemas de saúde, foi escrita com base em entrevistas.
          Asa Branca não exigiu nada e deixou o autor a vontade para trabalhar durante os dois anos de produção. Ele teve total liberdade para fazer mais de 50 entrevistas, com fontes no Brasil e nos Estados Unidos, e redigir o texto, sem qualquer influência ou censura.
          O ex-locutor foi entrevistado no consultório odontológico, no hospital, na calçada, na praça de alimentação de shopping, sem contar as dezenas de horas que passou no telefone e nos aplicativos com o jornalista. Asa Branca sempre foi franco em suas declarações. Nunca se negou a responder a um questionamento, mesmo que fosse desconfortável. O resultado foi uma biografia completa sobre sua vida.
        Por meio dela, o leitor vai conhecer, de forma aprofundada, momentos chaves na trajetória do locutor, como a chegada de helicóptero em uma arena lotada, a oportunidade em que ele colocou o então candidato à presidente da República Fernando Henrique Cardoso dentro da Festa de Barretos, a revolução que fez no rodeio, as diversas vezes que venceu a morte e os mais de 100 dias de internação. Mas vai conhecer também um homem generoso, que dava dinheiro, comida e até roupas para os profissionais mais humildes.

Quem foi Asa Branca

          Waldemar Ruy dos Santos (Turiúba-SP, 19 de abril de 1962 — São Paulo, 4 de fevereiro de 2020), mais conhecido como Asa Branca, foi um locutor profissional de rodeios e cantor brasileiro. Asa Branca começou a carreira nas arenas montando em touros bravos. Porém, a carreira de peão de boiadeiro foi interrompida após um acidente, quando o chifre de um boi chegou a perfurar seu pulmão. Depois do acidente, se tornou locutor profissional.
          Asa Branca ocupou o posto de locutor número 1 das arenas durante duas décadas. Com voz potente, microfone e raciocínio ágil, animava uma plateia de 30 mil pessoas. Ele revolucionou as apresentações no final dos anos 1980 ao incrementar a locução a partir de um microfone sem fio.
Além do microfone sem fio, Asa Branca introduziu fogos de artifício, contratou DJ para tocar músicas de rock antes de o peão entrar em cena e criou rimas rápidas que deixavam o público maravilhado.
             O rei de versos e jargões e da potente voz inconfundível começou a fazer história nos rodeios Brasil afora. Alcançou o degrau mais alto do sucesso e embolsou cifras milionárias. Mesmo com o grande sucesso, Asa Branca viveu uma vida de altos e baixos. Foi dono de avião, helicóptero, duas mil cabeças de gado e carros luxuosos. Em razão dos excessos, perdeu todo o patrimônio.
     Em 2013, Asa Branca foi hospitalizado por 83 dias devido a uma neurocriptococose, popularmente chamada "doença do pombo", que atinge o sistema nervoso. Chegou a ser submetido a seis cirurgias no cérebro, mas venceu a doença e retornou aos rodeios em 2014.

Além de ser portador do HIV desde 2007, Asa Branca foi diagnosticado, em 2017, com câncer na garganta. 
      O locutor passou por várias sessões de radioterapia. A doença progrediu atingindo estado terminal. Em 2 de fevereiro de 2019 Asa Branca foi internado em estado crítico. Em 4 de fevereiro de 2020, o quadro se agravou e o locutor veio a falecer no Instituto do Câncer, em São Paulo.


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