3 livros para quem ama biografias

abril 20, 2020



Contar a história de uma vida é um processo complicado, delicado e trabalhoso. É preciso estudar bastante não só a trajetória da pessoa que você contará a história, como também procurar entender a essência do 'personagem' real que você está narrando. 

Por isso, biografias são um gênero complexo, mas também importantes para construção da história da humanidade. 

Nesse post, reunimos para vocês alguns livros incríveis para quem ama esse gênero literário e adora conhecer um pouco mais a história de pessoas reais a fundo. Confira: 


Reinaldo inspirou uma geração inteira de torcedores. Com seus dribles curtos e gols improváveis, foi estrela de primeira grandeza do futebol mundial - como Maradona, Zico, Romário, Ronaldinho. "Se não fossem seus problemas físicos", disse Pelé, "seria capaz de me superar". Fora de campo, o Rei lia os livros emprestados por um vizinho cujo filho, Frei Betto, fora preso pela Ditadura. 

Assim tomou consciência do que se passava durante os anos de chumbo. Amigo dos artistas e ativistas políticos, mal quisto pelos militares, celebrava seus gols com o punho cerrado da resistência. Mesmo nas barbas dos generais. 

A história de Reinaldo, aqui relatada como nunca antes, é feita de glórias, dramas e injustiças. Desfilam por ela craques inesquecíveis, cartolas lendários, múltiplos campeões. Mas também os beques sanguinários e os juízes ladrões. Apesar de filho do Rei, Philipe Van R. Lima não nos poupa de nenhum mínimo detalhe.


Asa Branca ocupou o posto de locutor número 1 das arenas durante duas décadas. Com voz potente, microfone e raciocínio ágil, animava uma plateia de 30 mil pessoas como quem conversa com um amigo. Inovou ao chegar de helicóptero às apresentações, narrar em meio aos animais, apresentar ao público brasileiro o microfone sem fio, dar voz aos peões nas entrevistas, inserir DJ e rock internacional à festa até então exclusivamente sertaneja. 

Alcançou o degrau mais alto do sucesso e embolsou cifras milionárias. Foi dono de avião, helicóptero, duas mil cabeças de gado e carros luxuosos. Autodestrutivo, viveu a 200 quilômetros por hora. Em razão dos excessos, perdeu todo o patrimônio. A biografia refaz a história do locutor sem qualquer censura, defesa ou julgamento. Até porque, com Asa Branca, não existe meio-termo: sua figura nunca passa incólume.


Escrever a biografia de uma pessoa desaparecida é como revirar escombros. Há que se ter cuidado ao remexer no que sobrou. Porque o desaparecimento é a mais cruel de todas as ausências. A morte, por pior que seja, oferece um ponto final. Mas a pessoa desaparecida permanece muito viva nos cantos remotos da alma de quem sobreviveu a ela, bem ao lado das cicatrizes abertas. 

Esse livro conta a história de Ana Rosa Kucinski Silva. Uma das 210 pessoas que ainda estão desaparecidas, desde a época da Ditadura Militar. O que aconteceu com Ana Rosa e seu marido, Wilson Silva, ainda é nebuloso. Décadas depois do dia 22 de abril de 1974, não se sabe com exatidão como um casal desapareceu em plena luz do dia, no maior centro da cidade do país. Nem para onde os dois foram levados. Ou como morreram. Há versões. A que a autora conta é a mais factível.

O livro de 200 páginas foi produzido com base em testemunhos de amigos, familiares e colegas de Ana Rosa. A autora realizou uma extensa pesquisa sobre a sua vida, usando também de como cartas, postais, fotos, certidões. Registros de uma vida. Receitas de médico, bilhetinhos em guardanapos. Declarações de amor e de amizade. Esses documentos foram um grande tesouro.  Foi assim que a voz da Ana Rosa finalmente foi ouvida.

Já abre espaço na sua estante e vem dar uma chance para esses livros incríveis! Qual história você ficou com mais vontade de acompanhar de perto?


You Might Also Like

0 comentários

Popular Posts