Qual o futuro do trabalho da pessoa com deficiência no Brasil?

julho 29, 2021

Apaixonado pelo tema inclusão social por meio da função trabalho, Patrick Schneider (39), pesquisador e executivo de Recursos Humanos, decidiu investigar a evolução da pessoa com deficiência (PCD) no mundo do trabalho para identificar seu alinhamento aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), conforme determinado pela Agenda 2030 proposta pela Organização das Nações Unidos (ONU).

Para isso, fez uma retrospectiva da busca deste profissional pelo espaço na sociedade; sua entrada e desenvolvimento no mercado de trabalho; os efeitos da Lei 8.213 que destacou o Brasil mundo afora; os fundamentos do trabalho decente; além de entrevistar diferentes atores desse ecossistema – fiscal do trabalho, consultores de RH, gestores, profissionais PCD – para delinear visões, desafios e necessidades para avançar na criação de um ambiente laboral mais inclusivo para uma parcela significativa da população brasileira.

O resultado dessa imersão? O livro “Futuro do trabalho da pessoa com deficiência: da Lei de Cotas à Agenda 2030” (Letramento) que pode ser encontrado nas versões física – em livrarias de todo país (R$ 69,90).




Por entender o trabalho decente como dimensão fundamental ao desenvolvimento sustentável da raça humana, a ONU incluiu na Agenda 2030 o ODS número 08 – “trabalho decente e crescimento econômico” – que visa propiciar a cada ser humano em idade ativa para exercer a função laboral, independentemente do gênero, condição econômica ou alguma deficiência, recursos para que tenha uma jornada compatível e equilibrada com a sua condição individual.

Dados

No Brasil, 23,9% da população declarou-se portadora de algum tipo de deficiência no último censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia ), em 2010, o que significa aproximadamente 45 milhões de cidadãos que, de acordo com Schneider ainda são percebidos como limitados.

“Infelizmente é assim que a PCD ainda é vista pela sociedade de modo geral, alguém com severas restrições de capacidade, e para alcançamos a meta proposta precisamos entender que a inclusão dessas pessoas não é favor ou compensação, mas uma necessidade, uma urgência, onde todas as partes ganham”.

O estudo conduzido por Schneider lança um olhar de 180º, com as visões de gestores e profissionais com deficiência, sobre o futuro do trabalho de PCDs e aponta caminhos para a construção de entendimentos sobre o que é ter uma deficiência em um ambiente empresarial e na sociedade brasileira.

Destaca a importância da Lei de Cotas, a partir da qual a PCD teve acesso digno a uma função laboral, mas salienta que muitos dos esforços pela sua inclusão social por meio do mercado de trabalho se dão por parte das empresas, já que o poder público se limitou à edição de medidas jurídicas para que o acesso seja garantido.

Sobre o autor

Gestor de Recursos Humanos, com 20 anos de atuação em companhias globais, Patrick Schneider vem se dedicando à pesquisa sobre o Futuro do Trabalho, o Trabalho Decente (ODS08) e a Inclusão Social Através do Mercado de Trabalho. 

É formado em Direito, com especialização em Relações Trabalhistas, Liderança Estratégica em Negócios e Pessoas e Design Thinking, além de ter um MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Certificação Executiva em Leading the Future of Work pelo MIT Sloan School of Management e mestrado em Sustentabilidade pela PUC Campinas.


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