O que é foco narrativo e qual a importância dele para construção da sua obra?

agosto 01, 2022


Se você é escritor e está desenvolvendo sua história, sabe que ter conhecimento de alguns elementos é primordial para ter uma narrativa de qualidade.

Contudo, é usual autores focarem antes de tudo na mensagem que desejam passar para o leitor, muitas vezes deixando de lado a forma escolhida para fazer isso.

Existem diversas maneiras de se contar uma história. E a que você escolher pode decidir o sucesso do seu romance. Sabe aquela famosa frase,: “não é o que você diz, mas como você diz”? É sobre isso que vamos falar hoje.

Vem conosco que explicaremos o que é foco narrativo e qual a importância dele para construção da sua obra:

O que é foco narrativo?

Com toda certeza você já deve ter ouvido falar de “foco narrativo” e pode até mesmo ter confundido com o que seria o narrador da história. Mas podemos garantir que é bem diferente.

Enquanto o narrador é aquele conta a história, o foco narrativo é basicamente em quem a narrativa gira em torno. É considerado a “voz do texto”, sendo sua obrigação apresentar a perspectiva e o tipo de narrador que conta a história.

Por isso, também pode ser designado como o ponto de vista do narrador. Dessa maneira, estipula sob qual aspecto a história é desenvolvida.

O foco narrativo pode ainda ser classificado com uma narração em:

1) Primeira pessoa

Um livro com narração em primeira pessoa apresenta algumas características, como: envolvimento emocional, subjetividade, exposição de pensamentos e conflitos internos.

As narrativas em primeira pessoa podem ser de um narrador protagonista, ou seja, pelo personagem principal, ou de um narrador coadjuvante, sendo feita por um personagem secundário, que não é protagonista dos eventos, mas acaba os vivendo também.

Exemplo 1: Hamartia de Esperanza Prado é narrado por Amanda, personagem principal da obra.

Exemplo 2:
Já Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle é narrado por Watson, melhor amigo e parceiro de Sherlock, personagem secundário da obra.

2) Segunda pessoa

Esse aqui é a famosa quebra da “quarta parede”.  O narrador sabe que o leitor existe, por isso conversa e troca com ele.

O foco narrativo em segunda pessoa é mais raro na literatura, mas não deixa de ser bastante poético.

Normalmente, a obra é narrada por “alguém” externo que conversa diretamente como o leitor. Transformando-o como parte da história também. Algo bem comum em obras interativas.

Exemplo: Na Letramento, o livro interativo de Guilherme Puccinelli Diniz “Até o fim”. 

E no cinema, todo mundo já ouviu falar de "Fleabag", né? Série sensacional que segue a mesma proposta de foco narrativo.

3) Terceira pessoa

Por fim, mas não menos importante, o foco narrativo em terceira pessoa é cheio de possibilidades. O narrador neste caso não participa ativamente do enredo, não sendo um personagem. É apenas um mero observador, responsável por narrar os fatos.

Muito usada, a narrativa em terceira pessoa é famosa por carregar maior “objetividade” e por ser mais coerente com a distribuição da trama.

Exemplo: O rio do sangue dos meninos pretos de Gabriel Nascimento segue essa lógica!

O narrador em terceira pessoa pode ser dividido em vários tipos, mas os principais são:

Narrador observador: aquele que irá se limitar a contar a história no tempo em que ela vai desenvolver, interferindo pouco ou quase nada nos fatos apresentados.

Narrador onisciente: já o narrador onisciente conhece tudo sobre a história, até os sentimentos mais profundos e secretos dos personagens. Ele intervém na narrativa quando acha necessário.

Como escolher o melhor tipo de narrador para usar no seu livro?

Não existe resposta certa, tá bom? Tudo vai depender da sua história e qual a sua intenção com a forma e o foco narrativo na jornada.

É interessante que antes de tomar essa decisão você faça uma lista de todos os personagens que imaginou para o seu livro, os objetivos que você tem com a sua obra, além de analisar o gênero e subgênero literário a qual você está escrevendo.

Inovar é sempre uma boa, pois o seu foco narrativo pode ser a oportunidade para colocar sua marca no mundo como escritor, hein?


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